quinta-feira, 7 de novembro de 2019

FORMAÇÃO DE SEXÓLOGO

Faculdade de Sexologia: existe? onde estudar?


O tema sexologia anda em alta ultimamente. Os números de buscas têm aumentado e muitas dúvidas tem surgido. Afinal, o sexo é algo presente na vida das pessoas. Assim sendo,  é normal que se queira saber sobre isso. Contudo, onde é possível fazer faculdade de sexologia? O que faz uma pessoa que trabalha com isso? Onde essa pessoa fez faculdade? O que precisa estudar?
Se você tem essas dúvidas, este artigo vai te ajudar a esclarecer o tópico. Vamos trazer informações sobre a sexologia em si, sobre os estudos necessários, e também sobre a área de trabalho. Ademais, vamos te mostrar a relação entre sexologia e psicanálise.
Depois conta para gente como você conheceu a sexologia. Onde e quando você ouviu falar sobre isso? Nos diga se tem interesse em saber mais sobre o assunto. Estamos ansiosos para receber seus comentários.

O que é Sexologia


A sexologia estuda os comportamentos humanos sob o viés da sexualidade. Tem seu início com a publicação dos livros: Psychopatia sexualis (Richard von Krafft-Ebing, 1886), Libido sexualis (Albert Moll, 1897), e Estudos de psicologia sexual (Havelock Ellis, 1897). Contudo, o estudo sobre o sexo data desde o período grego clássico.
Os estudos sobre sexologia são muito abrangentes e podem ser abordados de várias formas. É o tipo de conteúdo que esperaríamos encontrar em alguma faculdade de sexologia, se existisse uma.
Assim, ela pode ser estudada sob um viés psicológico, social, clínico, fisiológico, e cultural. As análises podem ser feitas em relação a apegos, comportamentos e desenvolvimentos sexuais, e eroticidade. Contudo, para além desses temas, a sexologia também lida com saúde sexual, aborto, abuso sexual, controle de natalidade.
Apesar do interesse atual, a sexologia vem recebendo cada vez mais atenção desde o início das revoluções sexuais. Dificilmente veríamos falar de sexo abertamente na TV há alguns anos. Assim, mesmo que ainda sejam considerados um tabu, movimentos revolucionários e a propagação de doenças sexuais abriram caminho para o tipo de discussão proposta pela sexologia.
É preciso que se fale sobre sexo. Ademais, reconhecemos a necessidade de que se fale sobre educação sexual, prevenção e entender como o sexo interfere na nossa vida.
Como veremos no próximo tópico, estudos que relacionavam o sexo, psique e comportamentos foram importantíssimos. Assim, a partir disso, podemos ver que abordar a sexologia é muito mais que falar sobre um ato físico. Dessa forma, trata-se de uma área ampla e complexa, isto é, um meio de ir muito mais além de discussões rasas.

Sexologia e Psicanálise


Sigmund Freud, o “pai da psicanálise” é comumente conhecido como o “descobridor da sexualidade”. É preciso saber que a psicanálise tenta explicar os comportamentos humanos os relacionando a instintos e traumas da mente. Dessa forma, para Freud, os desejos, lembranças e instintos que reprimimos provocam alguma coisa no nosso exterior

A “descoberta da sexualidade” por Freud se deu durante algumas consultas com pacientes do sexo feminino. Essas pacientes estavam em situação de histeria, levando-o a concluir que muitas delas tinham sua sexualidade comprometida. Assim, a partir disso, Freud começou a estudar sobre sexualidade e considerou que seria um dos sintomas dos problemas dessas pacientes.

Pulsão e instinto

Ainda sobre os estudos Freudianos, é preciso entender que ele falava sobre pulsão e instinto.
  • Pulsão: Desejo sem um objeto específico.
  • Instinto: Desejo orientado para um objeto.
Diante dessas definições, você pode estar se perguntando por que saber isso é importante. Para Freud, o que sustenta a pulsão sexuais é a libido. A libido, segundo o psicanalista, tem variação de força. Assim, quando essa está descontrolada, a pulsão acontece. Pulsão, nesse contexto, é basicamente o descontrole do desejo.
Esse descontrole é a demonstração de que algo está errado. Por isso, para ele, como já dissemos, a sexualidade comprometida é um sintoma.

Sexologia e Wilhelm Reich

Contudo, o aprofundamento do tema foi feito por seu discípulo Wilhelm ReichReich concluiu com seus estudos que não era mais um sintoma, mas o sintoma principal da neurose.
Para Reich, a livre expressão da sexualidade seria a melhor terapia contra as perturbações psicológicas. Ou seja, para ele, os bloqueios do corpo relacionados ao sexo deveriam ser superados e todas as fantasias deveriam ser experimentadas.
Além disso, na Psicanálise, sexualidade vai além do ato em si. Assim, de acordo com essa linha de estudos, todas as atividades que envolvem sentimentos ternos e impulsos sexuais são pertencentes a sexualidade. Mesmo que as atividades tenham sido bloqueadas antes da realização ou trocadas por algo não sexual, há o mesmo enquadramento.
Dessa forma, a satisfação pode ocorrer com a relação sexual ou não, pois a relação sexual é só uma forma de expressão.
Essa concepção de sexualidade trazida pela psicanálise abriu um horizonte amplo para o tema. Assim, o que antes era considerado algo somente físico e instintivo, passou a ser psicológico. Com isso a sexualidade passou a guardar uma linha tênue entre o que é normal e o que é patológico. E sendo necessário à sua análise para entender muito mais do ser humano e de sua mente.

Pós-graduação

Como não há faculdade de sexologia, depois da graduação em alguma dessas áreas, o indivíduo que quer atuar em sexologia pode fazer uma pós. Essa forma de especialização pode ser feita em Educação Sexual, Sexologia ou Terapia Sexual. Todas essas pós-graduações abordam a sexologia, mas os nomes podem variar de instituição para instituição. O importante é você saber se que existem dois tipos de pós-graduação:
  • Lato Sensu: É uma pós de especialização que não incluí diploma, apenas certificado.
  • Stricto Sensu: Diz respeito ao mestrado e doutorado e incluí diploma na área.
Nos dois casos você precisa ter um diploma de graduação. Contudo, a escolha por qualquer um dos dois depende dos seus objetivos profissionais.
Por fim, vemos que para atuar na área da sexologia é preciso ter um conhecimento muito amplo. Assim, a formação não é uma trajetória específica e objetiva. Você precisa conhecer primeiro o amplo, para depois se especializar. Isso é bom, pois a sexologia, como vimos, abrange mais que um ato. Ela é um estudo amplo do comportamento humano. E a pessoa humana é complexa.
No entanto, você deve estar se perguntando: “onde um sexólogo pode trabalhar?”. Essa é uma pergunta que vamos responder aqui em baixo.

Qual a área de atuação de um Sexólogo

Há várias áreas onde uma pessoa que se especializou em sexologia pode trabalhar. Neste artigo vamos falar das três principais áreas:

Terapeuta Sexual:

Tem como foco o desenvolvimento sexual do individuo e a sintonia sexual de casais. O terapeuta ajuda o casal se comunicar e melhorar a sexualidade física, emocional e psicológica.

Sexólogo Forense:

Ele trata transtornos sexuais, problemas com origem em traumas e parafilias. Parafilias são fantasias intensas sexualmente estimuladas que envolvem objetos, crianças e adultos inconscientemente. Assim sendo, trata-se também de casos de sofrimento ou humilhação durante o sexo.

Sexólogo Clínico:

Atendimento em clínicas em hospitais com o intuito de tratar disfunções, variações e distúrbios ligados a sexualidade. Dentre as questões que ele pode tratar estão a disfunção erétil, ejaculação precoce, baixo desejo sexual, intercurso doloroso.

Por fim…

Esperamos que este artigo tenha te ajudado a conhecer um pouco mais sobre a sexologia. Esta é uma área que desperta curiosidade e tem muito a crescer. Como você viu, é possível aplicar os conhecimentos de várias maneiras, estudando muitas coisas diferentes. No entanto, não existe faculdade de sexologia. Portanto, é importante que você se informe sobre o percurso de formação correto para conquistar seus objetivos na área.

* contribuição IBCP



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